Tenho visto entrevistas dos principais candidatos à Presidência da República e a única conclusão a que chego é que a querela Tucano x Petista/Lulista continua próxima do que foi nos últimos anos.
Um candidato acusa o outro e ambos os candidatos multados por apressarem as propagandas eleitorais.
Desta vez algo curioso é que o presidenciável Tucano não, ainda, atacou o atual governo, à parte críticas e análises políticas e econônimas (vide Entrevista Roda Viva com o Tucano). Quem o fez foi seu vice Índio Costa do DEM, apontando e afirmando que "todos sabem que o PT tem ligação com as FARC e com o narcotráfico". O PT já tem resposta mas esta não está disponível no sítio Tucano porque o Tribunal Superior Eleitoral suspendeu através do ministro Henrique Neves por a resposta e o processo estarem sendo ainda analisados pelo plenário do TSE, portanto, os Tucanos não seriam obrigados a veicular a dita resposta (Fonte Estadão).
Não acho que tenha sido razoável ou pertinente a declaração do vice de José Serra por apresentar teor de calúnia, entretanto igualmente acho que o povo decidirá por si mesmo (ou não, por não ter plena competência para o fazer) e, logo, a resposta Petista não seria, de fato, tão necessária.
Mas voltemos à questão primeira: em quem votar?
Votar em um candidato com competência e estudo e experiência internacional econômica com mestrado e doutorado na própria disciplina Economia, que lutou pra chegar onde está por ser filho de feirantes ou na candidata comunista que acredita em ajudar os pobres sem os 'ensinar a pescar' - pois só se ajuda ensinando?
Votar na candidata supostamente ligada ao narcotráfico e que foi ligada a partidos de força armada ou votar num democrata e liberal?
Perguntas que eu não sei responder e que quando as dirijo a pessoas cada um me dá uma resposta diferente - sempre apontando o erro do candidato opositor a suas diretrizes.
Enfim, o que fazer? Esperar pelos debates em tevê aberta, pesquisar nos sítios eletrônicos (e se for tudo manipulado de forma que cada sítio dê a informação como bem entende?), ler os códigos e estatutos de cada partido (mas e se o que está no papel não for o que, de fato, vigora?)?
Muitas perguntas com mais respostas ainda.
Não podemos partir, esperamos por Godot
segunda-feira, 26 de julho de 2010
sexta-feira, 2 de julho de 2010
Um Sorriso Inesquecível - "A Smile to Remember" de Charles Bukowski
"Um Sorriso Inesquecível"
A gente tinha peixinhos-dourados e eles nadavam de cá pra lá no aquário
que ficava na mesa perto do cortinado pesado que cubria a janela gigante
que a gente tinha e minha mãe, sempre sorrindo, queria que a gente ficasse feliz
e me dizia: "Henrique, seja feliz!" e ela tava certa porque é melhor ser feliz se der
Mas meu pai continuava a surrar a gente várias vezes na semana quando tava puto
porque não conseguia entender o que o atacava por dentro.
Mamãe e os peixinhos queriam ser felizes,
e ela surrada de duas a três vezes na semana
me dizia pra ser feliz: "Henquire, sorria! Por que você não sorri?"
E aí ela sorria, pra me mostrar como se deveria sorrir, e aquele
sorriso era o mais triste que eu já vi
Um dia os peixinhos morreram, todos os cinco,
eles boiavam na água com os olhos abertos e
quando meu pai chegou ele jogou eles pro gato
no chão da cozinha enquanto a gente olhava e mamãe sorria
(Charles Bukowski - tradução de Caio Costa Louback)
Não podemos partir, esperamos por Godot.
A gente tinha peixinhos-dourados e eles nadavam de cá pra lá no aquário
que ficava na mesa perto do cortinado pesado que cubria a janela gigante
que a gente tinha e minha mãe, sempre sorrindo, queria que a gente ficasse feliz
e me dizia: "Henrique, seja feliz!" e ela tava certa porque é melhor ser feliz se der
Mas meu pai continuava a surrar a gente várias vezes na semana quando tava puto
porque não conseguia entender o que o atacava por dentro.
Mamãe e os peixinhos queriam ser felizes,
e ela surrada de duas a três vezes na semana
me dizia pra ser feliz: "Henquire, sorria! Por que você não sorri?"
E aí ela sorria, pra me mostrar como se deveria sorrir, e aquele
sorriso era o mais triste que eu já vi
Um dia os peixinhos morreram, todos os cinco,
eles boiavam na água com os olhos abertos e
quando meu pai chegou ele jogou eles pro gato
no chão da cozinha enquanto a gente olhava e mamãe sorria
(Charles Bukowski - tradução de Caio Costa Louback)
Não podemos partir, esperamos por Godot.
quinta-feira, 1 de julho de 2010
O tempo passa e você se dá conta de que não volta, o que você faz então?
Não importa se você pouco viveu, assim como eu, o que importa é que as boas coisas - que assim parecem agora - passaram e você está preso em um quarto com você mesmo, assim como eu.
Talvez o seu caso seja o contrário: as coisas ruins passaram, eis que tudo se fez novo. Hoje, no mais, falo com aqueles que amargam seus dias presentes.
Não é coisa de emo, nem feio amargar... todos fazem... e fazem, talvez, com coisas mais simples (por isso alguns censuram, por medo de ser pegos a amargurar o inamargurável). O que parece mais feliz pode tocar em sua ferida que ele admitirá amargurar, também (faça o teste. É comum acontecer dos mais "felizes" - que conceito é esse mesmo? - serem os mais sofridos)
Não se envergonhe, portanto, de amargurar: todos somos ressentidos. E de quem é a culpa?
Não podemos partir, esperamos por Godot.
Não importa se você pouco viveu, assim como eu, o que importa é que as boas coisas - que assim parecem agora - passaram e você está preso em um quarto com você mesmo, assim como eu.
Talvez o seu caso seja o contrário: as coisas ruins passaram, eis que tudo se fez novo. Hoje, no mais, falo com aqueles que amargam seus dias presentes.
Não é coisa de emo, nem feio amargar... todos fazem... e fazem, talvez, com coisas mais simples (por isso alguns censuram, por medo de ser pegos a amargurar o inamargurável). O que parece mais feliz pode tocar em sua ferida que ele admitirá amargurar, também (faça o teste. É comum acontecer dos mais "felizes" - que conceito é esse mesmo? - serem os mais sofridos)
Não se envergonhe, portanto, de amargurar: todos somos ressentidos. E de quem é a culpa?
Não podemos partir, esperamos por Godot.
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