quinta-feira, 25 de março de 2010

Fim-de-Semana


Sabe o que é uma ótima combinacao, além de Kubrick e Pringles ou Jazz e chuva? Tudo isso junto.


Café e Machado de Assis, em seu maravilhoso Memórias Póstumas de Brás Cubas. Link Wray, em Sway, e Café e Pringles. James Joyce em Dubliners, Coca-Light Plus e The Who em sua doce, pequena e linda faixa `Tommy Can You Hear Me` da belíssima ópera Tommy.

Contra Filé, salada verde, suco de laranja, Alice Through the Looking Glass, Café de novo.

E pra finalizar, Eveline de Dubliners ao som de Chet Baker e Charlie Parker.

Isso tudo, ou quase nada, constitue um belo fim de semana...


e pode ser variado.


Pode começar com café e torrada integral com geléia de amora e a Folha de São Paulo. Depois um pouco de Sonny Rollins. Daí uma fruta como um morango fresco, por exemplo. E daí uma leitura dum capítulo de Sígnos de Umberco Eco.

No almoço pode ser makimonos de salmão com caviar acompanhado de vinho do porto seco, uma taça; talvez também algumas peças de salmão fresco levemente banhado no Shoyo.

Então Woody Allen com café.

Uma cochilada.


Pães novos, franceses e pequenos com a manteiga President francesa ou a Aviação mesmo com Iogurte de mamão ao ler alguma coluna de humor ou cultura na Folha.

Talvez um Heidegger pra curtir um pouco os neurôneos pra fazer voltar a cama de cansaço por tentar entender o alemão.


Enfim, há muitas boas formas de se passar um bom fim-de-semana.






Hoje sugiro Revolver dos nossos besouros com "a". (essa é pra quem sabe)



Amor É Lei, Amor sob Vontade.

domingo, 21 de março de 2010

The Death of the Author/ La Mort de l'Auteur/ A Morte do Autor - por mim, não por Barthes


Nada é tão interessante quanto o que "disse Barthes", até porque de acordo com o mesmo não existe tal conceito, conceito que parte da premissa de que "não existe autor, apenas o momento de se escrever" (enutiation, em Inglês)

Em 68 quando foi escrito o texto de Barthes de título La Mort de L'Auteur fico a imaginar as caras e bocas daquele tempo, pois hoje ainda vejo narizes torcidos e bocas inquietas. "Diz o texto, (o texto não diz quem diz é o leitor o qual ainda assim não é o leitor-pessoa e sim o 'momento de leitura') "esqueçam o autor, este é apenas uma figura advinda do modo de produção desumano burguês; o que importa é a obra (até meados do XVII não havia foco em quem tinha escrito a obra e sua sua validez, a validez do texto)" [paráfrase], "porque até mesmo, com a morte do autor, morrem os críticos, e existe, portanto, o texto e a leitura". É ou não é um chute no estômago? Mas ainda assim um belo chute no estômago (com uma cuspida na cara seguida de uma risada maléfica - e sou eu o autor de tudo isso, eu e você) [paráfrase].


O texto quer apenas contradizer essa superestima tendenciosa que temos de valorizar o autor em detrimento à obra. "To lendo Machado", diz Joaninha, mas ela tá lendo é a porra do texto de título Memórias Póstumas de Brás Cubas.

Houve essa tendência entre esses filósofos franceses do XX de querer voltar aos bons tempos em que o nome do autor não importava.

Há pessoas que quando descobrem, for instance, que há estudos baseados em documentos dos quais pode-se tirar conclusões de que a figura de nome Shakespeare não existiu param de ler sua obra e deixam de dar credibilidade à obra de Shakespeare - e eu conheço algumas delas.

Enfim, esqueçam quem escreveu, mas leiam a obra.

Podem até dizer que eu falo de autores, mas não tenham a impressão errada: só falo do que li e estou a ler e quando me refiro a um autor é porque já conheço um tanto da obra ou toda e daí faço apenas uma relação "autor-obra" metonímica.


Portanto, não se esqueçam, é feio falar de autor sem conhecer a obra! Esqueçamos os autores e leiamos suas obras com o maior deleite possível porque não há maior deleite do que o ato da leitura.


Disco de recomendação é Sonny Side Up com Sonny Rollins e Sonny Stitt e Dizzy Gillespie!



Amor É Lei, Amor sob Vontade.

Diga Adeus a Lorna Love


Diga Adeus a Lorna Love, o conto no livro de mesmo título.

É, eu achei esse livro na biblioteca da Ufes. É, foi escrito magistralmente sem um quê linear, pois muda o nome das moças (assim como em Mulholand Drive) aos parágrafos (o que à primeira leitura não lhe remete a nada mas que talvez faça em algum momento).

Mas o texto não é apenas o texto, ele lhe remete a momentos da vida de qualquer um a observar alguém numa sala; a momentos em que você fuma seu cigarro calado pela madrugada afora não se preocupando com a hora ou se alguém espera.

Você observa. Você sente. E as moças são todas as moças com quaisquer nomes. Você está na sala e é muito bom aquele momento de silêncio ou de frases sem importância num diálogo igualmente sem importância. É apenas você, ela, os cigarros e a parede branca e coisas mais.



O disco de hoje é Worktime de Sonny Rollins, de 1955.



Amor É Lei, Amor sob Vontade.

quinta-feira, 18 de março de 2010

Dioniso


Ao som do disco Kid A do Radiohead e louco para assistir ao super interessante Medo e Delírio (Fear and Loathing in Las Vegas) do diretor Terry Gilliam e com os grandes Johnny Depp e Benicio Del Toro (e ainda com a pequena atuação de Tobey Maguire, o 'homem-aranha') falo entusiasmado de A Visão Dionisíaca do Mundo do meu grande e querido Nietzsche, o Frederico Nietzsche.

Quero apenas falar um pouco de Dioniso e seu companheiro Sileno; que foi na verdade seu instrutor assim por dizer; o grande poeta louco e considerado pai da sátira. (citação do mesmo livro já citado no post)

Até a "chegada" de Dioniso e sua festa orgiástica reinava a mentalidade e o conceito onírico da beleza e do mundo das aparências. Até que então nos chega Dioniso com sua embriaguez e pretenção de ser arte viva e deus encarnado!


E portanto e para tanto, por tal fato, toma lugar o que nosso alemão chamou de Nascimento do pensamento trágico o qual desencadearia em seu livro Nascimento da Tragédia e da tragédia em si, logo.


Bebamos, enfim, à realidade, à embriaguez lúcida do grande deus-homem Baco!



Indico hoje para o deleite geral o disco Beggars Banquet dos Rolling Stones e para a Simpatia!



Amor É Lei, Amor sob Vontade.

quinta-feira, 11 de março de 2010

Machine Head, por Deep Purple


Machine Head disco de número seis da banda britânica Deep Purple é seu disco mais memorável em todos os seus termos; da louca guitarra de Ritchie Blackmore, dos teclados estravagantes do gigante Jon Lord, do virtuoso baterista Ian Paice, do tímido porém criativo baixo de Roger Glover e da inconfundível e mais esticada voz que o rock teve nos 60 e 70 de Ian Gillan - o qual em minha mera opinião é o melhor vocalista do Rock and Roll ao lado de outro gigante de nome Joe Cocker.

O disco começa já a grandes passos com Highway Star e seu estilo de rock mais agitado, assim por dizer; grandes solos de todas as partes, não longos mas com qualidade que é o que nos interessa. Segue-se então com Maybe I'm a Leo com um compasso mais para as vertentes de "Rock and Roll-Blues", portanto mais ritmado e cadenceado, também com bons solos dos músicos.

A terceira é a mais caída ao Heavy Metal à moda inglesa do Iron Maiden, talvez, entitulada Pictures of Home, com o destaque para o solo do Jon Lord, mas também com o solo curto mas cativante de Roger Glover. A quarta e super dançante Never Before pode ser tido aí a com mais apelo ao Rock produzido pelo Who, mas, novamente na minha opinião, muito melhor executado em todos os termos (a não ser pelo John Entwistle baixista do The Who que pode ser considerado o melhor do Rock and Roll de todos os tempos no meu ver) pelo Deep Purple; com um solo apático da guitarra de Blackmore, e uma grande gritada de solo de Lord (que se destaca ao decorrer de todo o disco).

A quinta é a famosérrima Smoke on the Water, a qual dispensa comentários quaisquer. Com toda certeza a peça mais diferenciada do disco sem o menor ghost de dúvida; o riff mais famoso de todos os quatro cantos da terra, muito provavelmente, talvez até mais do que Stairway to Heaven do "Zeppelin de Aço". (E aqui fica um parágrafo dedicado somente a essa faixa estupenda)

Na sexta faixa vem a Lazy, com um riff de teclado em seu prelúdio de fazer chorar os fãs; seguida de um coro de contra-canto de guitarra e teclado, e então o Blackmore não pela primeira vez no disco mas com certeza com bem mais força come a guitarra e dá uma aula de guitarra pra Clapton nenhum colocar defeito; e o que falar do solo de Lord, o maior destaque do disco e muito provavelmente o tecladista mais criativo e virtuoso do meio do Rock and Roll em todos os tempo (volto a dizer que a meu pequeno ver); súbito, começa o Gillan tímido a cantar e seguindo a solar com sua gaita. Esta faixa sendo a minha favorita do disco com seu coro lindo "If You're Lazy, Just Stay in Bed" ("Se está com preguiça, nem saia da cama").

Finalmente mas não menos importante do que as outras vem a Space Truckin' que faz com que o disco acabe com um gostinho de quero mais e também de lembrar como o disco começou com um compasso mais rápido e pegado (não mais do que Lazy) não como os discos de outras bandas que começam com uma Black Dog e terminam com When The Levee Breaks como o Led em seu disco IV (e não que seja um disco ruim o quarto do Led, porque é um disco de extrema qualidade e importância ao mundo do Rock), mas o disco Machine Head do Deep Purple, em homenagem do qual escrevo o post, deixa uma sensação de vontade de ouvir mais, pois começa acelerado e termina correndo como se estivesse a terminar.

"Come on, Come on, Come on, Let's Go, Space Truckin'"!!!!!!!!!!!!!!!!


Nem preciso dizer que minha recomendação hoje é MACHINE HEAD por Deep Purple.

Abraço, pessoas, e até mais.


Amor É Lei, Amor sob Vontade.

sexta-feira, 5 de março de 2010

Moby Dick Parte I




Bom, não há muito o que contestar sobre esse livro de Herman Melville, o americano escritor que nasceu e morreu em Nova York e viveu desde o primeiro de Agosto de 1819 e morreu no vigésimo oitavo de Setembro de 1891 mas há muito o que comentar. Mais conhecido por sua obra Moby Dick (de 1851 quando foi publicado) mas que também escreveu o conhecido Billy Bud que é uma obra póstuma. Reconheço que há de ser cansativo ler postagens sobre um tema fixo mas prometo ainda variar dentro do fixo, maleabilizar o ducto.


Esta postagem vem também informar que haverá mais alguns tópicos sobre Moby Dick e vou explicar como.

Neste nem vou falar muito sobre o livro, o qual estou a ler gradativamente porque é longo sobremaneira. Estou ainda no quarto capítulo e ele deve ter muitos ainda a seguir, ergo devo comentar em os capítulos subsequentes paulatinamente.


O que me chama mais atenção ainda sobre o livro é que há uma música do Led em seu segundo disco entilado "II" que se chama Moby Dick em que há um solo do digníssimo John Bonham. Essa música me fascina por seu riff de guitarra com baixo altamente dançante com solos fraseados, nada muito longo. As melhores versões dessa peça musical do Zeppelin são Ao Vivo.


E sem mais delongas quero aqui indicar um disco, O Led Zeppelin "II"!



Amor é Lei, Amor sob Vontade.

quarta-feira, 3 de março de 2010

Dubliners




Nada como um fim de semana repleto de sutilezas, como as de Charlie Parker e Bill Evans, Machado de Assis e da grande série, e nova, de J.J. Abrams (criador de Jornada nas Estrelas e Lost) Fringe - série excelente por sinal com a saga de Olivia Dunham, Peter e Walter Bishop, este um cientista tido como louco pela maioria das mentes comuns.

Mas ainda melhor do que tudo isso aí foi a aquisicao e leitura de uma obra espetacular de James Joyce, Dubliners - no Portuguës Dublinenses.


Seu estilo de escrita sublime, tranqüilo, sombrio em certos pontos arrebata o leitor que anseia por um texto de cunho muito internalizado, com foco no que se sente e se ve internamente, no que se pensa, em nostalgia; enfim, o texto de Joyce pode nao ser considerado sua obra-prima mas é um texto formidável mesmo sendo sutil, é um texto delicado nos aspectos das personagens mas mesmo assim agressivo por sua originalidade.


Enfim, sem mais delongas, hoje o disco que sugiro nao é bem um disco, mas uma sinfonia dos Grandes: a nona de Beethoven.




Amor é Lei, Amor sob Vontade.

ps: Este computador nao possui alguns acentos gráficos, sim.